sexta-feira, 16 de agosto de 2013

As coisas que a gente jura sem pensar


Eu jurei pra mim mesma que nunca mais escreveria sobre seus olhos, não daquele jeito de quem fala suspirando. Que respeitaria sua escolha e seguiria certinho a cartilha que ensina como ser "só amiga". Eu também já cheguei a jurar que você seria ignorado, que eu fingiria que você nunca esteve por aqui. Acontece que você tem essa halo intoxicante que meio que puxa a gente pra perto. 

Agora, pensando bem, eu consigo me lembrar de várias coisas que jurei sobre você. Tipo ... quando eu disse que não me importaria  mais se você saísse com alguém, que não daria aquela espiadinha básica quando você estivesse conversando com uma garota e que não perderia o fio da conversa porque você tinha acabado de chegar. Eu espero que você não saiba, mas  minha mente vira um breu no momento em que você aparece. Tudo em vão. 

Droga. Eu me encolho um pouco mais na cadeira. Tomara que você não me veja aqui, só que como você mesmo disse, é difícil não ver uma garota de 1,76 m de altura. Você se senta na minha frente e eu fico me odiando e não entendo nada do que você diz, meu cérebro virou uma pasta outra vez. Droga . Eu estou rindo, sem saber exatamente o porque. Acho que é essa sua presença de novo, me faz ficar meio boba, e eu que  jurei que nunca mais ficaria assim.

Você está roubando minha batata frita e tirando com a minha cara, porque é o tipo de coisa que os amigos fazem. E eu devo estar me saindo bem porque você tem levado isso tudo muito a sério. Não é uma crítica, é surpresa. As vezes eu queria que você não me surpreendesse tanto. 

Eu jurei esquecer tudo isso, ou pelo menos fingir (bem) que o tinha feito. É por isso que eu rebato suas tiradas e riu da sua cara quando as senhoras da mesa ao lado te chamam de mimado. É a primeira vez que eu faço uma coisa dessas, cumprir uma promessa. Então, eu me vejo tentando jogar fora todo aquele sentimentalismo barato e os textos que você diz serem feitos de arco-íris. Até você tirar do bolso a resposta para um post-it que eu tinha colado na sua geladeira um tempinho atrás. Eu solto uma risada, nossa, parece que faz tanto tempo. Quando escrevi aquele post-it nem pensei que essa dor de estômago que você me causa, ficaria série.

Só que por dentro eu estou puxando a toalha e mandando eles irem todos se ferrar. Seus olhos são lindos, e eu acho que já decorei todas as suas sardinhas. Ai eu me recomponho, guardo o que você me deu e  começo uma conversa meio nada a ver sobre "coisas nas quais acreditamos" só pra você sorrir mais um pouco e dizer que eu sou doida.

Agora eu me lembro porque relevei o juramento de te ignorar pra sempre. Você me faz bem, não daquele jeito, desse jeito. Do jeito que os amigos normalmente fazem. Me dá um alívio acordar de manhã e ter com quem compartilhar as coisas inúteis que aconteceram no meu dia e ficar lá parada rindo da cara das pessoas com você. Eu tentei ver o futuro e me vi deslocada sem sua presença e eu não gostei daquilo. Então, pode parar de se sentir com o ego inflado. É, eu continuo aqui, mas nossos motivos mudam e os meus mudaram durante esses últimos meses. 

Você me dá o maior susto quando me encara com esses olhos coloridos e pergunta no que estou pensando. Eu te encaro de volta e sorriu " Em como eu gostei de te conhecer" respondo, não tem nem porque hesitar.