- Mas o que está acontecendo com esta cidade ? Há fumaça por todo lado e está acabando com meus lençóis de linho.
Uma mulher alta e elegante vinha caminhando, envolta em um chale, na direção de dois senhores que a cumprimentaram tirando-lhe seus chapéus.
- Boa tarde, senhora Gullar. Temo informá-la de que isto - O senhor mais alto dizia, apontando para a enorme fogueira a sua frente.- É a crise. Fomos obrigados a queimar todo o café que não conseguimos vender para os EUA.
- Este não é certamente o tipo de coisa que se fale para uma senhora tão distinta em tão bela manhã.- O outro homem, mais moço, aproximou-se da Senhora Gullar, que na realidade não tinha mais de trinta anos, e beijou-lhe a mão direita. A jovem afastou-se dele com rapidez e abriu seu leque, abanando-o furiosamente. O homem não pareceu se ofender com o gesto e continuou. - No entanto, é preciso que todos saibam e se preparem, pois em 1930 os ventos da desgraça baterão em todas as portas.
- Hunf- A senhora Gullar soltou com um sorrisinho de lado. Oh, esses ventos, bateram mais cedo em minha casa. Ela contemplou o fogo a sua frente. E pensou no corpo que agora queimava em meio ao café. O homem pesava muito e ela teve de jogar fora seu vestido por conta de todo aquele sangue e barro. Pensou na família do pobre homem. Na mulher que agora seria considerada uma peste para a sociedade.
O vento mudou de rumo e fez a fumaça ir na direção da senhora Gullar e dos dois senhores ao seu lado. Ela tossiu e chaqualhou a fuligem para longe com seu leque. Só mais algumas noites e a imagem daqueles olhos espantados e daquele cheiro de morte parariam de atormentar seus sonhos. Respirou fundo e se virou para os dois.
- Homens...me surpreende a capacidade que possuem em destruir, sem querer, aquilo que construíram com o próprio suor...Deixando escapar uma crise como essa...- Os dois mau tiveram tempo de responder e ela já estava indo embora.- E, se for possível, acabem logo com este fogo. Já que os senhores são tão bons em destruir coisas.
Então a senhora Gullar desapareceu entre as árvores de seu quintal.
- Hunf- A senhora Gullar soltou com um sorrisinho de lado. Oh, esses ventos, bateram mais cedo em minha casa. Ela contemplou o fogo a sua frente. E pensou no corpo que agora queimava em meio ao café. O homem pesava muito e ela teve de jogar fora seu vestido por conta de todo aquele sangue e barro. Pensou na família do pobre homem. Na mulher que agora seria considerada uma peste para a sociedade.
O vento mudou de rumo e fez a fumaça ir na direção da senhora Gullar e dos dois senhores ao seu lado. Ela tossiu e chaqualhou a fuligem para longe com seu leque. Só mais algumas noites e a imagem daqueles olhos espantados e daquele cheiro de morte parariam de atormentar seus sonhos. Respirou fundo e se virou para os dois.
- Homens...me surpreende a capacidade que possuem em destruir, sem querer, aquilo que construíram com o próprio suor...Deixando escapar uma crise como essa...- Os dois mau tiveram tempo de responder e ela já estava indo embora.- E, se for possível, acabem logo com este fogo. Já que os senhores são tão bons em destruir coisas.
Então a senhora Gullar desapareceu entre as árvores de seu quintal.